
Chovia a “potes” quando fomos visitar
os avós velhinhos ao cemitério.
– A sério que levaste os miúdos ao cemitério?- questionaram-me.
– Obvio. Porque não?
– Sei lá… Pode fazer-lhes confusão.
– Então o Halloween e os jogos violentos não fazem confusão às crianças e lavar a campa aos avós já faz??

Acredito que um dos maiores desafios atuais dos pais e educadores seja a “luta” contra o derrotismo. Aprender, requer um esforço pessoal que os pais ou educadores não podem (nem conseguiriam) suprir. A criança temque DESEJAR aprender, o que muitas vezes não acontece. Num mundo tecnologicamente belo e atrativo, que graça tem pegar num lápis a carvão e repetir vezes sem conta grafismos ou letras “com perninhas”? O segredo, está em conseguir que a criança interiorize a aprendizagem como sendo um PRAZER, e que esse “esforço” lhe trará imensas vantagens… Desafiante não é??

Tradição é tradição e faço questão de fazer broas “dos santos” todos os anos.
Não pelas broas em si, mas pelo prazer de proporcionar aos meus filhos memórias com cheirinho a canela.

Gosto TANTO de ti sabias?
Ouves-me sem julgamentos;
Escutas-me sem interrupções;
Aceitas-me sem impor opiniões ;
Acompanhas-me sem exigir retorno;
Adormeces-me sem pressa;
Observas-me sempre com ternura.
A tua paz dá-me coragem.
AMO-TE


A SUPER Mãe está de quarentena profilatica…na Disney!!
Nós somos humanamente… Humanas!
Os filhos não nos podem ver
exaustas? PODEM!
tristes? PODEM!
irritadas? PODEM!
doentes? PODEM!
E também PODEM ajudar-nos a descansar, recuperar, animar e continuar…
A SUPER mãe jamais terá apoio, carinho ou dedicação porque já nasceu SUPER, não precisa…
Pensa no assunto com amor próprio.

– Telefonar acho que não, mas podes falar muito comigo como eu faço com a avó. Sabes, quando eu for MUITO velhinha como a mamã Coco*, e for para as 
, tu já és um homem, casaste com uma menina linda e até já tens os teus filhinhos.


Consegues imaginar??
(Com os olhos cheios de lágrimas, abraçou-me as pernas e sorriu aliviado).”
*referência ao filme “Coco”
Não consegui ouvir bem…
– PÕE A TELEVISÃO MAIS ALTA PARA EU OUVIR A SENHORA!
Resumindo, é mais SEGURO não brincar, não rir da mesma tolice, não tentar copiar pelo vizinho da mesa do lado, não cantar os parabéns, não jogar matraquilhos nem futebol e, por último, não partilhar uma sandes com o colega que tem fome!
Fica então decidido! 

A partir de hoje, a INFANCIA encontra-se em estado de calamidade. É mais seguro assim.
Afinal, o que são uns anitos de isolamento social na tua vida? Nada!
Playstation, jogos no telemóvel e sedentarismo? Claro filho! É o melhor para a tua saúde! 




(O catraio revira os olhos)
– Correu um bocado mal.
– Então? O que se passou?
– Risquei o caderno à Luísa e empurrei o Carlos no futebol.
– Mau! Então e isso faz-se?
– Oh, mãe! Já sei que não se faz, pedi-lhes desculpa. Vou tentar não fazer de novo! Ficou tudo resolvido e ponto final.”


O que digo agora? Ou não digo mais nada? Afinal aconteceu, ficou resolvido na escola e o catraio foi honesto e contou a verdade…
Pronto, fiquei eu com uma indigestão de pensamentos!

“-Mas porquê filha?
-Porque não quero! Quero ficar em casa.
-Alguém te fez mal?
-Não!
-Estás triste com alguma coisa?
-Não!
-Estás aborrecida com algum amiguinho?
-Não!
-Tens medo de não saber responder à senhora professora?
-Não!
-Então PORQUE MOTIVO NÃO QUERES IR À ESCOLA??- perguntei já desesperada.
– Porque… não!
– Olha, sabes que mais? Eu vou trabalhar todos os dias para o escritório e tu vais para a escola. Esse é o teu trabalho percebeste?
– Uhm… Oh mãe, mas se é o meu trabalho, também posso receber um ordenado?
(nesse momento, o meu cérebro deu um nó. Receber ordenado para ir à escola??? Isso é que era bom! Não faz mais do que o seu dever! Tantas crianças que adoravam ter a oportunidade de… blá, blá, blá mental)
-Olha, sabes que mais? Podes sim. A partir de hoje, recebes uma moeda por cada dia que a senhora professora me disser que trabalhaste a sério. Depois, podes poupar o teu dinheiro ou comprar o que achares mesmo importante e útil…”
Suborno ou educação financeira? Depende do ponto de vista…
